Hughes Taylor: O Blues de Guitarra Afiada e o Rock dos Anos 70 em “Roasted”

Hughes Taylor é uma das vozes mais promissoras da nova geração do blues. Guitarrista, cantor e compositor norte-americano, ele vem construindo, desde meados da década passada, uma carreira sólida e cheia de personalidade. Misturando influências do blues tradicional com pitadas generosas de rock clássico, Hughes Taylor tem se destacado por seu talento com a guitarra, composições autênticas e uma discografia que só cresce em maturidade.

Os Primeiros Passos: Hear My Melody e Restless

A estreia oficial de Taylor nos estúdios veio em 2016 com Hear My Melody. O álbum revelou um artista ainda jovem, mas com domínio técnico e paixão pela linguagem do blues. Dois anos depois, em Restless (2018), Hughes mergulhou mais fundo no blues rock, deixando claro que suas raízes estão tão fincadas em B.B. King quanto em Jimi Hendrix e Stevie Ray Vaughan.

Blues com Pressa: Good Blues, Fast (2019)

Em 2019, Good Blues, Fast mostrou um Hughes Taylor mais confiante, incendiando a guitarra em faixas enérgicas e afiadas. O disco é uma ode ao blues contemporâneo feito com pegada e vigor, daqueles que arrebatam o ouvinte logo nos primeiros acordes.

Ao Vivo e em Cores: Live in the UK (2021)

Gravado durante sua turnê europeia, Live in the UK captura a essência do som de Hughes Taylor no palco. Com interpretações carregadas de emoção e improvisos eletrizantes, o álbum é uma mostra poderosa de sua habilidade como performer e da química impecável com sua banda.

O Equilíbrio Entre o Clássico e o Novo: Modern Nostalgia (2022)

Modern Nostalgia, como o nome sugere, é um disco que passeia entre o passado e o presente. Hughes equilibra timbres clássicos, letras introspectivas e arranjos modernos. É blues para quem gosta de ouvir com atenção, de deixar a música invadir devagar, como uma brasa acesa que vai queimando aos poucos.

“Roasted” (2025): Rock Setentista com Alma de Blues

O lançamento mais recente de Hughes Taylor, Roasted (2025), é uma verdadeira pedrada sonora. Com uma sonoridade que remete diretamente ao rock dos anos 70, o álbum entrega faixas cheias de groove, riffs encorpados e solos que cortam como navalha. Apesar de se afastar momentaneamente do blues tradicional, Roasted mantém a essência do gênero viva na entrega emocional e na guitarra incendiária de Hughes.

A formação que acompanha o guitarrista é parte fundamental do sucesso do disco: Ben Alford no baixo (que também contribui com backing vocals), Neil Gannon na bateria, Zach Wilson nos teclados e Emily Lynn nos vocais de apoio formam uma banda coesa e versátil, que dá suporte perfeito à criatividade de Hughes. Destaque para as faixas: "Midnight Angel", "(In The Morning) When It's Over", "From The Dark Side" e "Ballad of Big Bill McGuire". A minha preferida, pelo menos por enquanto, é "Before You Fall" com uma levada hipnótica e um solo de guitarra cortante, digno de aplausos. É daquelas músicas que você quer ouvir de novo assim que termina, tamanha a sua força emocional e beleza melódica.

Hughes Taylor e o Futuro do Blues Rock

Hughes Taylor representa um caminho interessante para o futuro do blues: respeitoso com a tradição, mas sem medo de experimentar e buscar novas sonoridades. Roasted talvez seja seu trabalho mais ousado até agora, e isso só reforça a certeza de que ele está pronto para voos ainda maiores.

Se você ainda não conhece o som desse guitarrista talentosíssimo, comece por Roasted – e prepare-se para uma viagem sonora entre o blues, o rock e tudo o que há de melhor no caminho entre os dois.