Top 10 - Os Blues Mais Regravados de Todos os Tempos

Top 10 - Os Blues Mais Regravados de Todos os Tempos



O Todo Dia Um Blues adora listas. Porque, no fundo, quem realmente gosta de música não vive sem elas — seja um top 10, as melhores, as inesquecíveis, ou aquelas que você nunca cansa de ouvir. E essa é uma sugestão especial do nosso blog: afinal, em algum lugar do mundo, neste exato momento, há alguém recriando um grande clássico do blues.

O blues nasceu para ser vivido e recontado. Cada músico que toca um standard não apenas o reproduz, mas reescreve sua história, imprime seu sentimento e dialoga com todos que vieram antes. É um ciclo eterno, onde as canções se transformam, mas nunca perdem a essência. Aqui vai nossa seleção dos 10 blues mais regravados de todos os tempos — canções que cruzaram décadas e estilos, vestindo novas roupas, mas carregando a mesma alma.

1. Sweet Home Chicago — Robert Johnson (1936)

Um convite irresistível para voltar à casa, seja ela real ou imaginária. Gravada pela primeira vez por Robert Johnson, ganhou vida nova nas mãos de Magic Sam, Freddie King, Eric Clapton e nos palcos do Blues Brothers. É quase impossível entrar em um bar de blues e não ouvi-la soar.

2. Cross Road Blues — Robert Johnson (1936)

O encontro mítico com o destino. Cream, liderado por Eric Clapton, transformou-a em hino elétrico em 1968. Já foi reinventada por Lynyrd Skynyrd e John Mayer, mas o espírito de Johnson permanece no centro da encruzilhada.

3. Dust My Broom — Robert Johnson / Elmore James (1951)

Robert Johnson plantou a semente, mas foi Elmore James quem eternizou o riff de slide mais famoso do blues. De lá pra cá, Fleetwood Mac e Hound Dog Taylor deixaram sua marca. É uma faixa que brilha como prata polida, sempre pronta para ser tocada novamente.

4. (Call It) Stormy Monday — T-Bone Walker (1947)

O blues que transformou a melancolia em poesia. Bobby "Blue" Bland lhe deu sofisticação soul, e a Allman Brothers Band fez dela um épico ao vivo. Uma música que parece suspender o tempo a cada acorde.

5. Baby, Please Don’t Go — Big Joe Williams (1935)

Canção de partir o coração e implorar por um último instante. Do Mississippi às guitarras de Muddy Waters, passando pelo rock nervoso de Them com Van Morrison e pela energia de AC/DC, ela prova que dor e desejo são universais.

6. Hoochie Coochie Man — Willie Dixon / Muddy Waters (1954)

A autoconfiança em forma de blues. Criada por Willie Dixon e imortalizada por Muddy Waters, ganhou a fúria de Jimi Hendrix e a pegada precisa de Eric Clapton. É sensualidade e magia no mesmo compasso.

7. Little Red Rooster — Willie Dixon / Howlin’ Wolf (1961)

O uivo mais famoso do blues. Howlin’ Wolf deu-lhe a força bruta, Sam Cooke lhe trouxe elegância e os Rolling Stones a transformaram no único blues a chegar ao topo das paradas britânicas.

8. Statesboro Blues — Blind Willie McTell (1928)

Uma estrada poeirenta que nunca para de receber viajantes. Taj Mahal reavivou-a em 1968 e inspirou a versão definitiva da Allman Brothers Band no Fillmore East. É slide guitar em sua forma mais arrebatadora.

9. The Thrill Is Gone — Roy Hawkins & Rick Darnell / B.B. King (1951/1969)

O lamento elegante. B.B. King a transformou em obra-prima, e vozes como Aretha Franklin e Tracy Chapman provaram que a perda pode soar tão bela quanto dolorida.

10. Got My Mojo Working — Preston “Red” Foster / Muddy Waters (1956/1960)

Feitiço puro. De Muddy Waters em Newport a Etta James e Elvis Presley, essa música é energia contagiante e poder em forma de refrão.

Menção Honrosa: Smokestack Lightning — Howlin’ Wolf (1956)

Um hipnótico feixe de luz e sombra. Gravada ao vivo pelos Yardbirds e reimaginada por gerações, é um lembrete de que certas faixas não envelhecem — elas apenas se tornam mais intensas.

Essas canções atravessaram décadas porque carregam algo que não se explica: o DNA do blues. São melodias e histórias que se adaptam, respiram e sobrevivem, sempre prontas para a próxima reinvenção. Talvez seja por isso que, onde quer que exista um músico com alma, essas notas sempre encontrem um caminho para voltar a soar. Escolha a sua versão, faça a sua playlist e não deixe o blues parar de rolar.


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