Lightnin' Hopkins: Um Menestrel do Blues

Hoje voltaremos pra 1968, estamos no auge da psicodelia.  De um lado 13th Floor Elevator e do outro, Lightnin' Hopkins. Estão todos reunidos no International Artists Studio, em Houston, Texas, para uma sessão de gravação que resultará no álbum "Free Form Patterns", também lançado com o título "Reflectiions". Esse encontro poderia ter resultado numa loucura psicodélica como muitos discos da época, mas não. É um disco de blues, do começo ao fim, daqueles de lavar e elevar a alma.

Lightnin' Hopkins, nascido Samuel John Hopkins em 15 de março de 1912, foi um dos mais influentes guitarristas, pianistas e cantores de blues da história. O cara era um verdadeiro  menestrel  e um grande contador de histórias. Se apresentou por seis décadas e, ao longo dos anos,  gravou centenas de músicas para várias gravadoras, incluindo Aladdin, Modern, e Gold Star.

Desde jovem, Lightnin' foi influenciado por grandes nomes do blues, como Blind Lemon Jefferson, com quem ele começou a tocar ainda criança. Em 1946, gravou seu primeiro álbum com o pianista "Thunder" Smith, e foi então que adotou o nome "Lightnin'". Chegou às paradas de R&B em 1949 com "Tim Moore's Farm"; ao longo dos três anos seguintes, teve mais quatro sucessos, o maior foi "Shotgun Express", que chegou ao 5º lugar. Depois de um período de ostracismo, em 1959, foi "redescoberto" pelo folclorista Mack McCormick e sua carreira foi revivida quando Sam Charters o gravou para o selo The Folkways. 

Durante os anos 60, ele tocou em muitos locais de prestígio, incluindo o Carnegie Hall, o Newport Folk Festival e fez turnês pela Europa com o American Folk Blues Festival. É uma carreira longa e frutífera, como sempre, vale dar aquela boa garimpada em sua discografia. Lightnin' Hopkins faleceu em 30 de janeiro de 1982, aos 69 anos, devido a complicações de câncer de esôfago.

Hoje, para homenageá-lo, escolhi ouvir "Free Form Patterns", porque é um álbum que destaca a habilidade de Lightnin' Hopkins de se adaptar e colaborar com outros músicos, sem perder sua identidade musical. Faixas como "Mr. Charlie" e "Give Me Time to Think", mostram a profundidade e a emoção que Lightnin' trazia para suas performances. Aumente o som das caixinhas e vamos aos blues!