The Mystix celebram 25 anos com “Dream Girl”
The Mystix celebram 25 anos com “Dream Girl”
Vinte e cinco anos de estrada não são pouca coisa, especialmente quando falamos de uma banda que trafega pelas rotas poeirentas do blues, do folk e do mais visceral Americana. O The Mystix, grupo formado em Boston por nomes que parecem retirados diretamente da enciclopédia da música de raiz norte-americana, segue firme — e aceso — celebrando esse marco com a promessa de mais um capítulo intenso e autêntico: o álbum Dream Girl, que já teve seu single-título lançado e nos deixou em estado de espera permanente.
Boston Wrecking Crew: a base da tempestade
Liderado pelo vocalista Jo Lily e pelo guitarrista e produtor Bobby B. Keyes, o The Mystix é um daqueles projetos que parecem ter nascido nos bastidores dos palcos, nas jams improvisadas de músicos que tocaram com todo mundo. Jo tem a alma de um contador de histórias — sua voz é marcada pela estrada, pela poeira e pelo sentimento. Bobby, por sua vez, traz o molho que une tudo com groove e precisão, com um currículo que inclui de Lil Wayne a Jerry Lee Lewis.
O núcleo da banda atende pelo apelido carinhoso de Boston Wrecking Crew e conta com feras como Duke Levine (guitarrista de Bonnie Raitt), Marco Giovino (baterista de Robert Plant), além de Bobby Spellman, Sax Gordon e Matt Leavenworth. O time se expande com músicos que já estiveram nas formações de lendas como Bob Dylan, Muddy Waters, Levon Helm e Jackson Browne. É quase um supergrupo camuflado em modéstia, mas que entrega uma sonoridade ímpar.
Uma discografia moldada com alma
Ao longo de sua carreira, o The Mystix lançou álbuns que se tornaram referências no circuito do blues contemporâneo, como Blue Morning, Can’t Change It e TruVine. São discos que não buscam reinventar a roda, mas sim fazê-la girar com dignidade, pegada e coração. Cada trabalho revela camadas do espírito americano profundo, ora melancólico, ora festivo, sempre verdadeiro.
Dream Girl: o início de um novo capítulo
Agora, em 2025, a banda comemora suas bodas de prata com o lançamento do aguardado álbum Dream Girl, prometido para este verão no hemisfério norte. E se o single que dá nome ao disco é indicativo do que vem por aí, estamos diante de uma obra que carrega o peso da estrada com a leveza da experiência.
“Dream Girl” é um swamp blues envolvente, que gruda na alma e não pede licença para entrar. Tem balanço, tem melodia, tem calor. É daquelas músicas que a gente coloca no repeat e deixa rolar por horas, sem culpa, sem cansaço. Segundo a própria banda, a canção foi concebida com a intenção de capturar a “sensação genuína de um blues pantanoso” — e conseguiu.
A produção ficou por conta de Tim Phillips e do próprio Bobby Keyes, garantindo um som polido na medida certa, sem perder a organicidade que define os Mystix. Com pouco mais de três minutos de duração, a faixa soa como um lembrete: o blues, quando bem feito, não precisa gritar. Ele sussurra, encanta e permanece.
25 anos sem pressa, mas com propósito
O The Mystix não é uma banda de modismos. Nunca foi. Seu foco sempre esteve em traduzir o espírito da música americana com respeito às tradições e um toque autoral que a diferencia. Com Dream Girl, a banda parece estar mais conectada do que nunca com sua essência, oferecendo um novo fôlego para um gênero que nunca morre, apenas muda de forma.
Estamos ansiosos pela chegada do álbum completo, curiosos para saber que outras surpresas os Mystix nos reservam. Mas por ora, o single-título já vale por um disco inteiro. Ouça com fones, ouça na estrada, ouça no fim da tarde. Mas ouça. E prepare-se: esse blues ainda tem muito o que dizer.
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