Bernard Allison: o legado do blues continua vivo
Bernard Allison: o legado do blues continua vivo
Poderíamos facilmente dedicar um único artigo a dois gigantes da guitarra blues: Bernard Allison e seu pai, Luther Allison. Afinal, são nomes que se entrelaçam na história do gênero com talento, paixão e autenticidade. Mas hoje, vamos focar nos passos do filho, Bernard, cuja carreira sólida e cheia de personalidade merece atenção especial. Em breve, voltaremos os olhos para a trajetória de Luther em um artigo exclusivo.
Bernard Allison: nascido para o blues
Nascido em 26 de novembro de 1965, em Chicago, Bernard Allison cresceu cercado pelo universo do blues. Com apenas 12 anos, já aprendia os primeiros acordes com ninguém menos que o próprio pai. A influência de Luther Allison foi profunda, mas Bernard também absorveu elementos de outras fontes, como Albert King, Stevie Ray Vaughan e Jimi Hendrix, moldando um estilo que mescla o blues tradicional com pitadas de rock, funk e soul.
Aos 18 anos, teve sua primeira grande oportunidade ao integrar a banda de Koko Taylor como guitarrista. Essa experiência o levou aos palcos dos maiores festivais de blues do mundo e deu início a uma carreira solo que só cresceria com o tempo.
Discografia e evolução musical
Bernard Allison lançou seu primeiro álbum, The Next Generation, em 1990, ainda na Europa, onde morou por muitos anos, especialmente na Alemanha. Foi lá que ele cultivou uma sólida base de fãs antes de se firmar no cenário americano. Desde então, construiu uma discografia consistente, com destaque para álbuns como:
Keepin' the Blues Alive (1997)
Across the Water (2000)
Higher Power (2002)
Energized - Live in Europe (2006)
Let It Go (2018)
Songs from the Road (2019)
Highs & Lows (2022)
Bernard se destaca por sua energia no palco e por composições que dialogam com questões sociais, experiências pessoais e, claro, a herança musical de sua família. Sua guitarra fala alto, mas nunca sem alma.
Luther’s Blues: homenagem em forma de som
Em 2024, Bernard Allison lançou Luther’s Blues, um álbum emocionante e profundo, dedicado à memória de seu pai. O disco é mais do que uma homenagem — é uma conversa entre gerações, um tributo afetivo e artístico ao legado de Luther Allison, falecido em 1997.
O álbum reúne clássicos do pai, regravados com sensibilidade e respeito, entre eles faixas como “Bad Love”, “Serious” e “Life Is a Bitch”. Bernard não tenta reinventar o trabalho do pai, mas sim, revivê-lo com sua própria identidade, sem jamais apagar a chama original. O resultado é um disco carregado de emoção, groove e uma conexão visceral com o passado.
O futuro do blues passa por Bernard Allison
Bernard Allison carrega um dos sobrenomes mais respeitados do blues, mas construiu sua trajetória com originalidade, talento e dedicação. Ele é, ao mesmo tempo, guardião e renovador do gênero, mantendo viva a tradição do blues ao mesmo tempo em que imprime sua marca em cada nota.
Se Luther Allison foi uma tempestade de paixão no palco, Bernard é a continuidade desse trovão — mais contido em alguns momentos, mais explosivo em outros, mas sempre fiel à essência do blues.
Em breve vamos mergulhar na vida e na obra de Luther Allison, para entender melhor de onde vem tanta força e inspiração. Até lá, vale a pena ouvir Luther’s Blues com atenção — e com o coração aberto.
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