Popa Chubby: O Blues Gritante de um Gigante das Seis Cordas

Se existe um nome que representa a energia crua, irreverente e visceral do blues contemporâneo, esse nome é Popa Chubby. Nascido Ted Horowitz, o guitarrista e vocalista nova-iorquino construiu uma carreira sólida e intensa, marcada por riffs explosivos, presença de palco incendiária e um amor incondicional pelo blues em todas as suas formas.

As Raízes e o Selo Próprio: A Era Laughing Bear

Em 1994, Popa Chubby deu um passo ousado ao lançar álbuns de forma independente pelo seu próprio selo, o Laughing Bear Records. Nessa fase, surgiram trabalhos como It's Chubby Time e Gas Money, que serviram como cartões de visita para o talento bruto e autêntico do artista. Essas gravações chamaram a atenção da indústria e abriram as portas para algo maior.

Pouco tempo depois, veio a consagração: um contrato com a Sony Music/Okeh Records, um selo tradicional que já havia trabalhado com lendas do blues e jazz. A entrada de Popa Chubby no catálogo da Okeh marcou uma nova fase de sua carreira, com maior visibilidade internacional e uma sequência de álbuns que consolidaram seu estilo — uma mistura de blues elétrico, rock sujo e muito soul.

"Popa Chubby and Friends - I Love Freddie King": Uma Homenagem de Peso

Avançando para os dias atuais, Popa Chubby retorna com um tributo de tirar o fôlego: "Popa Chubby and Friends - I Love Freddie King". Neste trabalho, lançado recentemente, Chubby presta homenagem ao lendário Freddie King, um dos pilares do Texas Blues, reunindo uma seleção de convidados de peso.

O disco foi gravado no G.B's Juke Joint, com produção do próprio Popa Chubby e Mike Zito como produtor executivo. A mixagem ficou a cargo de VD King e a masterização foi assinada por David Farrell, garantindo uma sonoridade potente, orgânica e cheia de alma.

Entre os convidados ilustres estão nomes que dispensam apresentações: Joe Bonamassa, Mike Zito, Christone “Kingfish” Ingram, Eric Gales, Albert Castiglia e Arthur Neilson — todos contribuindo com performances incendiárias em faixas que reverenciam Freddie King com respeito e paixão.

Destaques do Álbum

"I'm Going Down" com Joe Bonamassa: uma explosão de técnica e feeling, onde Bonamassa entrega solos precisos enquanto Chubby segura o groove com maestria.

"Love Her With A Feeling" com Albert Castiglia: crua e intensa, essa faixa é puro blues de raiz, com Castiglia mostrando por que é um dos guitarristas mais respeitados da cena atual.

"My Credit Didn't Go Through" com Eric Gales: funky e nervosa, essa música traz o virtuosismo de Gales em solos imprevisíveis e carregados de emoção.

"Big Legged Woman" com Christone 'Kingfish' Ingram: Kingfish imprime sua marca em uma interpretação poderosa, mostrando maturidade muito além da idade.

"She's A Burglar" com Mike Zito: um blues lento, sensual e carregado de tensão — perfeito para a voz e a pegada de Zito.

"Hideaway" e "San Ho Zay" com Arthur Neilson: faixas instrumentais que homenageiam os clássicos de Freddie com estilo e respeito, enquanto Neilson brilha em cada frase.

"Pack It Up" com Popa Chubby e The Beast Band: um dos momentos mais viscerais do álbum, com o mestre mostrando seu domínio total da guitarra e do palco.

"Same Old Blues" com VD King: uma faixa melancólica, com arranjos sensíveis e um vocal que carrega o peso da estrada.

Um Tributo que Se Torna Clássico

"Popa Chubby and Friends - I Love Freddie King" não é apenas uma homenagem — é um presente para os amantes do blues. É um encontro de gerações, estilos e vozes em torno do legado de Freddie King, e uma afirmação do quanto o blues segue vivo, pulsante e relevante.

Se você ama guitarras chorando, vocais roucos e aquela energia que só o blues entrega, esse disco é obrigatório.

Popa Chubby mais uma vez mostra que o blues pode ser barulhento, apaixonado e surpreendente — e que ele está entre os grandes nomes da sua geração.

Gostou do artigo? Deixe seu comentário e compartilhe com outros fãs do blues! E lembre-se: aqui no "Todo Dia Um Blues", a trilha sonora da vida sempre tem alma.