Bob Corritore: o gaitista das colaborações certeiras
Bob Corritore: o gaitista das colaborações certeiras
Se você curte um blues com pegada clássica, sopro rasgado e alma de bar enfumaçado, Bob Corritore é um nome que já devia estar na sua playlist há tempos. Produtor, gaitista de mão cheia e figura essencial da cena de Chicago Blues moderna, Bob é aquele cara que, quando aparece nos créditos, você já sabe que vem coisa boa.
E ele não para. Em fevereiro deste ano, soltou mais um álbum: “Bob Corritore and Friends – Doin’ the Shout”, uma verdadeira celebração do blues em sua forma mais viva, orgânica e cheia de groove.
Quem é Bob Corritore, afinal?
Nascido em Chicago em 1956, Bob teve seu primeiro contato com a gaita aos 12 anos, quando ouviu ninguém menos que Muddy Waters. Foi o suficiente pra acender a chama. Na juventude, ele mergulhou no circuito blues da cidade, tocando com monstros como Louis and Dave Myers, Willie Dixon e Pinetop Perkins.
Mas foi ao se mudar pra Phoenix, no Arizona, que Bob virou peça fundamental do cenário blues contemporâneo. Lá ele fundou o Rhythm Room, casa de shows lendária que já recebeu os grandes nomes do gênero. Além de músico, Bob também é produtor e curador de projetos que resgatam aquela sonoridade crua e visceral do blues de raiz.
O som de um verdadeiro colaborador
Se tem uma coisa que define o estilo de Bob Corritore é parceria. Ele é mestre em reunir músicos lendários pra criar álbuns coletivos que soam como sessões de estúdio dos anos 50, com aquela vibe espontânea, cheia de alma e sem pressa.
Seus discos são como festas sonoras: cada faixa traz um vocalista diferente, uma levada distinta, mas tudo costurado pela sua gaita expressiva e inconfundível.
"Doin' the Shout!": Uma Celebração do Blues
Lançado em 28 de fevereiro de 2025, "Doin' the Shout!" é uma coleção vibrante de 12 faixas que destacam a habilidade de Bob em reunir talentos excepcionais para criar música autêntica e emocionante. O álbum foi gravado em 2023 e 2024 no Tempest Recording, em Tempe, Arizona, sob a direção de Clarke Rigsby.
Destaques do Álbum
"Say Baby Say": A faixa de abertura apresenta a poderosa voz de Thornetta Davis, acompanhada por Johnny Burgin na guitarra e Dave Keyes no piano. A energia contagiante desta música prepara o terreno para o restante do álbum.
"Woman Wanted": Aqui, Oscar Wilson assume os vocais, com Bob Margolin deslizando na guitarra slide e Anthony Geraci no piano, criando uma atmosfera que remete aos clássicos do Chicago Blues.
"Doin' the Shout!": A faixa-título é uma celebração animada com Nora Jean nos vocais, trazendo uma performance cheia de vida que encapsula o espírito do álbum.
"I've Got Three Problems": Bobby Rush brilha nesta faixa, trazendo seu estilo inconfundível e humor característico, enquanto Dexter Allen adiciona riffs de guitarra envolventes.
"That Don't Appease Me": Thornetta Davis retorna com uma performance intensa, apoiada por Johnny Burgin na guitarra e Mark Earley no sax barítono, adicionando uma camada extra de profundidade sonora.
Por que ouvir?
Porque esse disco é blues da melhor safra, tocado por quem respira o gênero há décadas. Pra quem curte blues tradicional, gaita expressiva, colaborações de peso e aquela vibe de jam session entre amigos que só querem tocar com alma, esse álbum é tiro certo.
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