Eric Clapton: 80 Anos!

Eric Clapton: 80 Anos!


Foto: Kevin Winter


Eric Clapton, o lendário guitarrista britânico, celebra 80 anos de uma vida dedicada à música, marcada por uma trajetória que transcende gerações e estilos. Sua jornada é um testemunho de paixão, resiliência e inovação, consolidando-o como um dos maiores nomes da história do rock e do blues.

Clapton começou sua carreira com "The Yardbirds", onde ganhou o apelido de "Slowhand" devido à sua habilidade única na guitarra. Insatisfeito com a direção pop da banda, ele se juntou a "John Mayall & the Bluesbreakers", onde sua maestria no blues começou a brilhar. Em seguida, Clapton cofundou o "Cream", um dos primeiros supergrupos do rock, ao lado de Jack Bruce e Ginger Baker. Com álbuns como "Disraeli Gears" e "Wheels of Fire", o Cream redefiniu o rock psicodélico e o blues.



Após o fim do Cream, Clapton formou o "Blind Faith", uma colaboração breve, mas impactante, com Steve Winwood. Mais tarde, ele liderou o "Derek and the Dominos", lançando o icônico álbum "Layla and Other Assorted Love Songs", que inclui a inesquecível "Layla".

Como artista solo, Clapton lançou uma série de álbuns marcantes. "461 Ocean Boulevard" (1974) trouxe o hit "I Shot the Sheriff", enquanto "Slowhand" (1977) apresentou clássicos como "Wonderful Tonight". O álbum "Unplugged" (1992) revelou um lado mais íntimo de Clapton, com versões acústicas de seus sucessos, incluindo "Tears in Heaven", uma homenagem ao seu filho Conor.



Além de seus trabalhos solo, Clapton colaborou com grandes nomes do blues e do rock. Em 2000, ele gravou "Riding with the King" com "B.B. King", uma obra premiada que celebrou a amizade e o talento de dois mestres do blues. Em 2004, Clapton revisitou o legado do pioneiro "Robert Johnson" no álbum "Me and Mr. Johnson", apresentando clássicos como "Cross Road Blues" para novas gerações e solidificando Johnson como uma figura mítica do blues.

Clapton também trabalhou com os Beatles, contribuindo com a guitarra em "While My Guitar Gently Weeps", de George Harrison. Sua amizade com Harrison levou a diversas colaborações, e ele participou de projetos com outros artistas renomados, como Roger Waters, Phil Collins e os Rolling Stones. E também não dá pra esquecer "The Breeze: An Appreciation of JJ Cale" o álbum tributo onde Eric Clapton e um grupo de músicos excepcionais celebram a música do lendário JJ Cale. Este trabalho, lançado em 2014, é uma ode ao estilo despretensioso e ao groove inconfundível de Cale, que inspirou gerações de artistas, incluindo o próprio Clapton.



Eric Clapton é, sem dúvida, um dos gigantes da música, colecionando feitos que o colocam em um patamar raro. Com mais de 100 milhões de álbuns vendidos ao longo de sua carreira, ele se consolidou como um dos artistas mais bem-sucedidos de todos os tempos. Além disso, acumula dezoito prêmios Grammy, incluindo seis em uma única noite em 1993, graças ao álbum "Unplugged", quatro "Ivor Novello Awards" e o feito extraordinário de ser introduzido três vezes no Rock and Roll Hall of Fame: como integrante do "The Yardbirds", do "Cream" e como artista solo. Esses números e reconhecimentos pintam um retrato claro de seu impacto no mundo da música – um legado que nenhum outro guitarrista vivo conseguiu igualar. Clapton é, literalmente, uma lenda viva. 

Em 1999, Clapton fundou o "Crossroads Guitar Festival", um evento beneficente para arrecadar fundos para o Crossroads Centre, um centro de reabilitação em Antigua. O festival reúne os maiores guitarristas do mundo, celebrando a música e promovendo uma causa nobre, reforçando o compromisso de Clapton em usar sua influência para fazer a diferença.



Seu trabalho mais recente, "Meanwhile" (2024), mostra que, mesmo aos 80 anos, Clapton continua relevante e inovador. Ele permanece uma força cultural que conecta gerações e mantém vivo o legado do blues.

Eric Clapton não é apenas um músico; ele é um embaixador do blues, um defensor apaixonado e uma ponte entre gerações. Aos 80 anos, seu impacto é sentido não apenas em seu próprio trabalho, mas também em gerações de músicos ao redor do mundo. Seu legado é verdadeiramente eterno!



Pra mim, é dificil escolher um álbum de Clapton, mas hoje vou de "Just One Night" que é um daqueles clássicos que te transportam direto pra vibe de um show ao vivo. Gravado lá no lendário "Nippon Budokan", em Tóquio, em dezembro de 1979, ele captura a essência do Clapton no auge, acompanhado por uma banda de peso que inclui Albert Lee mandando ver na guitarra e no vocal, Chris Stainton nos teclados, Dave Markee no baixo e Henry Spinetti na bateria. Esse foi o primeiro vinil que ouvi de Clapton nos idos dos anos 80.

Lançado em abril de 1980, o álbum é recheado de momentos brilhantes, como a eletrizante "Tulsa Time", as clássicas "Cocaine" e "After Midnight" de J.J. Cale e a sempre emocionante "Wonderful Tonight". Dá pra sentir a energia do palco atravessando os alto-falantes. É como se você estivesse ali, no meio da galera, curtindo cada riff e solo.

Ele bombou nas paradas, chegando ao top 3 no Reino Unido e quase liderando nos Estados Unidos. É um lembrete de como Clapton domina quando o assunto é blues e rock, especialmente quando está ao vivo.

Já ouviu? Tem alguma música que te faz colocar o volume no máximo e cantar junto? Então aumente o som das caixinhas e vamos aos blues, porque Clapton ainda é deus quando o assunto é guitarra.  


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