Larkin Poe: Bloom

Larkin Poe: Bloom


Foto: Aloysius Lim


Hoje vou sair da zona de conforto do blues tradicional para falar de um trabalho que merece ser ouvido. "Bloom," oitavo álbum de estúdio das irmãs Rebecca e Megan Lovell do Larkin Poe, é uma mistura de blues, americana e southern rock, refletindo suas raízes na Geórgia e muitas influências musicais. Hoje em dia, muitas bandas soam como tudo que já ouvimos no passado, isso não é ruim, mas as irmãs Lovell tem algo a mais no som que fazem. É atual sem precisar se render a fórmulas prontas. Rebecca com sua voz poderosíssima, combinada com o lap steel de Megan, cria uma sonoridade única e cativante. As meninas são apoiadas por uma banda estelar: Tarka Layman no baixo elétrico, Caleb Crosby na bateria, Tyler Bryant (co-produtor) nas guitarras de apoio e baixo, Michael Webb no órgão B3 e Elenor Denig nas cordas.

Logo de cara gostei da faixa de abertura, "Mockingbird" que traz uma energia cativante. As letras também parecem ser bem bacanas. Gostei do jogo de palavras no título de "Bluephoria" e também da letra: "Eu cresci todo o caminho, Vou crescer para baixo, raízes profundas, vou cantar uma música diferente, Nós somos quem somos, eu posso não ser uma estrela, Mas eu sei que posso brilhar como a lua", numa tradução bem livre.  "Pearls" também é um exemplo claro da habilidade das irmãs em mesclar diferentes estilos musicais, resultando em uma faixa rica em nuances. As músicas em "Bloom" refletem muito sobre conexões e relacionamentos, como em "Easy Love Pt. 1", maravilhosamente leve e dançante. Veja o clipe!



Mas, pra mim,  a verdadeira joia do álbum é a balada "Bloom Again", uma canção de amor pungente. As harmonias vocais de Rebecca e Megan se encaixam perfeitamente, proporcionando um encerramento brilhante ao disco. 

Recém-saídas do Grammy por "Blood Harmony", "Bloom" é um trabalho que reafirma a posição de Larkin Poe como uma banda que não apenas participa, mas define e eleva o cenário musical atual com sua autenticidade e talento incomparável.

Você vai se conectar de várias maneiras com esse disco, então ouça várias vezes e depois me conta o que achou. Eu sigo por aqui, ouvindo, convicto de que "Bloom" já esteja entre os melhores lançamentos de 2025.


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